Você já se deparou com palavras parecidas na grafia, mas diferentes no significado? E palavras com a mesma sonoridade, porém no fundo não eram a mesma coisa? Esses acontecimentos são explicados pela existência dos homônimos e parônimos.
Dentro da gramática normativa, a semântica é a área dedicada ao estudo dos significados das palavras e como os falantes da Língua Portuguesa interpretam os significados. Por isso, essa área é a responsável pelo estudo dos homônimos e parônimos.
É preciso salientar que um conteúdo pode ser interpretado de diferentes maneiras devido ao conhecimento de mundo, grau de instrução, regionalismo, entre outros fatores, de cada falante.
Com isso, o significado correto das palavras é o fator determinante para a construção de um bom entendimento de um conteúdo. Para isso, saiba diferenciar os homônimos dos parônimos.
Homônimos
Os homônimos são os termos que se assemelham pela questão fonética (sonoridade) ou pela questão gráfica (escrita), mas se diferenciam no significado. Por conta disso, os homônimos podem ser divididos em três categorias diferentes:
1- Homógrafos
São os termos ou palavras que são iguais na escrita, mas se diferenciam no significado e som. Exemplos:
Almoço – Substantivo | Almoço – Verbo almoçar |
Jogo – Substantivo | Jogo – Verbo jogar |
Conserto – Substantivo | Conserto – Verbo consertar |
Molho – Substantivo | Molho – Verbo molhar |
Governo – Substantivo | Governo – Verbo governar |
2 – Homófonos
Uma segunda categoria de homônimos são os termos homófonos. Essa palavras apresentam a pronúncia igual, mas significado e escrita diferentes. Exemplos:
Cem – 100 | Sem – Falta, ausência |
Noz – Fruto da nogueira | Nós – Pronome pessoal |
Acento – Sinal gráfico | Assento – lugar |
Houve – Verbo haver | Ouve – Verbo ouvir |
Aço – Liga de ferro | Asso – Verbo assar |
3 – Homônimos perfeitos
Os homônimos perfeitos são os termos que possuem grafia e pronúncia iguais, mas o significado diferente. Exemplo:
Caminho – Substantivo | Caminho – Verbo caminhar |
Rio – Substantivo | Rio – Verbo rir |
Casa – Substantivo | Casa – Verbo casar |
Livre – Substantivo | Livre – Verbo livrar |
Leve – Substantivo | Leve – Verbo levar |
Parônimos
São termos que se aproximam na escrita e pronúncia, mas se diferenciam no significado. Exemplo:
Cavaleiro – Pessoa que anda de cavalo | Cavalheiro – homem educado |
Tráfego – Trânsito | Tráfico – Comércio ilegal |
Mandado – Ordem judicial | Mandato – Procuração |
Absolver – Absolvição | Absorver – Absorção |
Infligir – Aplicar punição | Infringir – Violar regras |
Dicas Enem
Para você que vai prestar o Enem, fique atento a essas dicas sobre a utilização dos porquês, assunto de importância para a realização da prova:
Porque
O uso principal do “porque” – junto e sem acento – é para respostas e explicações. Nesse caso o “porque” pode ser substituído por: pois, visto que, dado que, entre outros. Exemplos:
- Ele não foi caminhar porque está machucado.
- Teve uma boa avaliação porque estudou muito.
Porquê
O “porquê” – grafado junto e com acento circunflexo – é utilizado como substantivo nas frases e tem o significado de motivo ou razão. Além disso, esse termo é acompanhado por pronomes, artigos, adjetivos ou numerais. Exemplos:
- A polícia explicou o porquê da operação realizada ontem.
- Ela queria entender o porquê de isto estar acontecendo
Por que
Utilizado quando a frase for interrogativa ou como pronome relativo, com o significado de pelo qual ou por qual. Nas perguntas diretas, o “por que” aparece no início da frase. Exemplos:
- Por que você está fazendo isso?
- Não sei o motivo por que as pessoas fazem isso.
Por quê
Quando for grafado separado e com acento, deve ser utilizado no final de frases interrogativas. Exemplo:
- A tarefa não foi realiza por quê?
- Deixar o carro na garagem, por quê?
Em suma, conhecer o significado correto das palavras e as suas utilizações são fundamentais para a construção de um texto coerente e organizado, uma das cobranças do Enem. Além disso, os homônimos e parônimos marcam registros da variação linguística.