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Comunidade biológica: sucessão e teia alimentar

A comunidade biológica corresponde à menor parcela de um habitat que se pode definir geograficamente

comunidade biológica

A comunidade biológica é a junção de vários indivíduos de espécies de plantas e animais em um determinado espaço. A sucessão ecológica, por sua vez, é a sequência de comunidades que surge em um ecossistema até atingir a comunidade clímax.

Primeiramente, é necessário conhecermos o conceito de comunidade biológica, que também pode ser chamada de biocenose ou biota. Assim, a comunidade biológica é um conjunto de comunidades que habitam uma determinada região e representa as condições de regularidade para a existência de uma comunidade vegetal ou animal.

A comunidade biológica corresponde à menor parcela de um habitat que se pode definir geograficamente, sendo que forma populações das espécies que vivem neste mesmo local. Assim, o conjunto de populações forma uma comunidade e essa, por sua vez, forma elos entre os seres vivos, constituindo cadeias e teias tróficas.

O que é a sucessão ecológica?

Sucessão biológica

A sucessão ecológica, por sua vez, é o processo gradual de mudanças na estrutura e composição de uma comunidade. Sendo que representa um processo de mudanças no ecossistema, onde as comunidades mais simples vão, com o passar do tempo, se transformando em comunidades mais complexas, através destas mudanças, incluindo alterações no ambiente físico.

Contudo, a sucessão ecológica se refere às mudanças graduais e progressivas que ocorrem no ecossistema até que uma determinada comunidade atinja o seu potencial máximo de desenvolvimento. Durante esse processo, ocorre a colonização de uma área e mudanças na composição da comunidade.

Sendo assim, para que essas mudanças ocorram, a sucessão ecológica passa por três fases, sendo elas: ecese, seral e clímax. Vamos entendê-las:

1 – Ecese – a ecese representa a comunidade pioneira, ou seja, são os primeiros organismos a surgirem em um determinado habitat, como por exemplo, líquens, gramíneas e insetos.

2 – Seral – é a fase em que a comunidade é considerada intermediária. Neste caso, ela é representada pela vegetação de pequeno porte, tais como, arbustivas e herbácea. Neste período a comunidade passa por mudanças bastante significativas.

3 – Clímax – essa é a fase em que a comunidade já está estabilizada. Sendo que, neste momento, a comunidade já possui um número elevado de espécies, os nichos ecológicos são ocupados e apresenta grande quantidade de biomassa.

Desta forma, é importante ressaltar que o ciclo natural das comunidades é que elas passem por essas três fases até evoluir ao clímax, quando é formada por populações em equilíbrio com o meio e o habitat em que estão inseridas.

Tipos de sucessão ecológica

Quanto aos tipos, a sucessão ecológica pode ser classificada de duas formas, conforme as forças que direcionam o processo de mudança, sendo:

  1. Autogênica: é provocada por mudanças originadas por processos biológicos internos ao ecossistema.
  2. Alogênica: é provocada quando ocorrem mudanças por forças externas ao ecossistema, como tempestades, incêndios e processos geológicos.

Outra forma de classificação da sucessão ecológica é realizada através da ordem de ocorrência dos eventos em um determinado ecossistema, sendo que podemos considerar:

# Sucessão Primária

Acontece em ambientes que nunca foram ocupados por uma comunidade, por exemplo, o surgimento de vida em afloramentos rochosos e lavas vulcânicas solidificadas.

Ocorre em ambientes onde o estabelecimento de organismos é mais difícil. Sendo assim as espécies que surgem neste cenário, são chamadas “espécies pioneiras”, pois possuem a capacidade de se estabelecer em locais com condições de sobrevivência severas, como por exemplo, os líquens que são formados por uma associação de algas e fungos. É a partir deste solo que ocorre a possibilidade do desenvolvimento de novos seres e, consequentemente, o estabelecimento de novas comunidades.

# Sucessão Secundária

Essa, por sua vez, ocorre em ambientes em que já existiu uma comunidade anteriormente. Assim sendo, o desenvolvimento de uma nova comunidade conta previamente com a presença de matéria orgânica, visto que a comunidade original foi apenas parcialmente alterada. Como por exemplo, as áreas desmatadas e clareiras.

O que é uma cadeia alimentar?

cadeia alimentar
Exemplo de cadeia alimentar

Analisando todas as tendências observadas durante a evolução da comunidade até o seu clímax, verificamos que a mais complexa delas é a cadeia alimentar. Sendo que com o aumento do desenvolvimento do ecossistema, novas cadeias vão surgindo, o que forma uma teia alimentar.

Uma cadeia alimentar é uma representação das relações de alimentação e obtenção de energia entre seres vivos que fazem parte de um ecossistema. Na cadeia alimentar, o fluxo de energia possui somente um sentido, como por exemplo:

Planta → Inseto → Pássaro → Gavião

Assim, no esquema acima é possível perceber que os seres vivos são utilizados como alimentos para outros. Sendo assim, a planta serve de alimento para o inseto, que serve de alimento para o pássaro, que, por sua vez, serve de alimento para o gavião.

Níveis tróficos

As cadeias alimentares são classificadas em níveis tróficos, que nos orienta onde cada elemento da cadeia alimentar se encaixa. Esses níveis variam de acordo com o hábito alimentar de cada um desses seres vivos. Sendo eles:

1. Produtores: são a base da cadeia alimentar, sendo constituído por seres autótrofos, ou seja, que não dependem de outros para obterem alimento.

2. Consumidores: são os organismos que se alimentam de outros para obter energia. São heterótrofos, ou seja, não têm a capacidade de produzir seu próprio alimento.

Os consumidores podem ser divididos em:

  • Primários: são seres que se alimentam dos produtores, como por exemplo, podemos citar o elefante, que se alimenta de folhas.
  • Secundários: são seres que se alimentam dos consumidores primários. O homem é um exemplo de consumidor secundário, pois ele se alimenta de animais como o gado, por exemplo.
  • Terciários: são seres que se alimentam dos consumidores secundários. O homem também pode ser um consumidor terciário, pois se alimenta de animais, que se alimentam de insetos que, por sua vez, alimentam-se de plantas.

3. Decompositores: São os organismos responsáveis por decompor a matéria orgânica. Esses, por sua vez, produzem energia e obtêm os nutrientes necessários através da decomposição, os devolvendo ao meio ambiente para reiniciar o ciclo. Como exemplo podemos citar as bactérias e fungos.

O que é uma teia alimentar?

A cadeia alimentar é a representação linear da relação de alimentação existente entre os organismos de um ecossistema ou em um conjunto de comunidade biológica, por sua vez, o conjunto de todas essas cadeias alimentares forma uma teia alimentar.

Neste caso as relações tróficas são muito mais complexas do que aquelas verificadas em uma única cadeia, visto que, com a teia alimentar, podemos ter uma visão mais global do ecossistema, visualizando todas as cadeias interligadas. Contudo, em uma teia alimentar, diferentemente da cadeia alimentar, que se apresenta linear, um mesmo organismo pode ocupar diferentes níveis tróficos. 

A teia alimentar representa mais fielmente um ecossistema, pois demonstra as redes formadas por diferentes cadeias de maneira simultânea. Quando analisamos apenas uma cadeia alimentar, estamos verificando apenas uma porção das diversas interações alimentares existentes.

Dicas para o Exame do Enem

Quando se trata da prova de Biologia e Ecologia no Enem, os temas abordados geralmente são relacionados de duas formas, como meio de analisar os problemas ambientais da atualidade ou focando em temas básicos da disciplina. Além disso, as provas possuem a característica de utilizar temas correlacionados com o nosso cotidiano, como por exemplo: alterações climáticas, desmatamento ou questões básicas, como: comunidades ecológicas, nichos ecológicos, entre outros.

Para lhe auxiliar confira a seguir alguns exercícios resolvidos!

Exercícios resolvidos

Questão 1 – ENEM 2018 Corredores ecológicos visam mitigar os efeitos da fragmentação dos ecossistemas promovendo a ligação entre diferentes áreas, com o objetivo de proporcionar o deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o aumento da cobertura vegetal. São instituídos com base em informações como estudos sobre o deslocamento de espécies, sua área de vida (área necessária para o suprimento de suas necessidades vitais e reprodutivas) e a distribuição de suas populações.

Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em: 30 nov. 2017 (adaptado).

Nessa estratégia, a recuperação da biodiversidade é efetiva porque

a) propicia o fluxo gênico

b) intensifica o manejo de espécies

c) amplia o processo de ocupação humana

d) aumenta o número de indivíduos nas populações

e) favorece a formação de ilhas de proteção integral

Resposta Correta: letra “A”

Questão 2 – ENEM 2017 Ao percorrer o trajeto de uma cadeia alimentar, o carbono, elemento essencial e majoritário da matéria orgânica que compõe os indivíduos, ora se encontra em sua forma inorgânica, ora se encontra em sua forma orgânica. Em uma cadeia alimentar composta por fitoplâncton, zooplâncton, moluscos, crustáceos e peixes ocorre a transição desse elemento da forma inorgânica para a orgânica.

Em qual grupo de organismos ocorre essa transição?

a) fitoplâncton

b) zooplâncton

c) moluscos

d) crustáceos

e) peixes

Resposta Correta: letra “A”

Fonte: Beduka.

Conclusão

O sistema das comunidades ecológicas é bastante complexo, iniciando com as espécies pioneiras que iniciam o processo de desenvolvimento de um ecossistema.

Essa comunidade, por sua vez, passa por três fases, sendo elas: ecese, seral e clímax. Durante esse processo a comunidade passa por diversas mudanças até atingir o clímax, onde se consolida em seu aspecto mais complexo. Além disso, essas comunidades, possuem uma série de cadeias alimentares, que, por sua vez, forma uma teia alimentar de um ecossistema.

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Escrito por Redator Especialista em Biologia

Redator especialista em Biologia no Guia do Ensino.

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