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Governos socialistas: mudando a lógica da economia

mulher reflete sobre governos socialistas olhando vários rostos

Idealmente, socialismo é um regime de transição. Nele, a classe trabalhadora toma o poder político do Estado. Assim, ela começa a realizar uma série de transformações com o propósito de socializar o poder, a riqueza e a cultura. Assim, tornar social em benefício da coletividade. Desse modo, veja neste artigo os registros de governos socialistas na história recente. 

A ideia socialista está, portanto, mudando a lógica da economia. Assim, ela passa a operar não mais visando o lucro, mas sim o bem-estar e as necessidades da maioria da população. Além disso, os recursos, a cultura e os meios de riqueza não-material estão acessíveis à grande massa da população.

Nesse sentido, os governos socialistas têm como característica a vivência de uma fase intermediária entre o capitalismo que está sendo derrubado e o comunismo que está sendo construído.

Enquanto regime de transição ainda há elementos da sociedade capitalista. Porém, nesta transição, por exemplo, a propriedade se torna social, bem como os meios de produção. Logo, o controle está nas mãos dos trabalhadores envolvidos.

Não é, necessariamente, um governo de política econômica com forte intervenção estatal. Isso porque a presença do Estado para regular o mercado pode estar presente também em um regime capitalista, bem como políticas de redução da desigualdade, por exemplo.

Comuna de Paris – a primeira tentativa do proletariado moderno

A Comuna de Paris é um exemplo entre os governos socialistas. Aliás, foi o nome dado ao movimento que promoveu a instalação de um governo socialista na cidade de Paris. Isso ocorreu após a derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana. Ela foi travada entre 1870 e 1871.

Trata-se do primeiro governo de inspiração socialista da história, que durou apenas 72 dias. Mas ele representou a primeira tentativa efetiva de tomada de poder pelo proletariado moderno. Ele representou ainda a primeira experiência de governo democrático e popular. O modelo coincidiu com o fim da ditadura de Napoleão III na França.

A população parisiense não reconheceu o governo que estava na sucessão e promoveu uma insurreição operária. Ela ocorreu entre março e maio de 1871.

Adotaram um conjunto de medidas que buscava favorecer as condições de vida das massas. Entre as ações estavam:

  • Abolição do trabalho noturno;
  • Socialização das empresas;
  • Eleições para os cargos públicos;
  • Separação da Igreja e o Estado;
  • Estabelecimento da igualdade jurídica entre homens e mulheres;
  • Criação de milícias populares ao invés de exércitos.

A Revolução Russa – a primeira grande experiência no mundo

Em 1917 eclodiu a Revolução Russa, movimento entre governos socialistas que derrubou o regime autocrático czarista. Após a revolução, instaurou-se na Rússia um regime comunista. Assim, constitui-se a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que mudou os rumos do país e alterou a ordem mundial.

No início do século XX, camponeses e operários viviam em condições penosas enquanto uma minoria de aristocratas detinha as terras e indústrias. Em 1905 o país foi palco de uma série de greves e manifestações populares.

A oposição dos russos ao regime aumentou com as derrotas na Primeira Guerra Mundial. Formaram-se, então, os sovietes, conselhos de operários, camponeses e soldados que exigiam mudanças.

Partido Comunista

Em 1917 o crescente descontentamento deu lugar a um movimento revolucionário em Petrogrado. Depois de disputas entre os próprios revolucionários, o Partido Bolchevique, que depois passou a se chamar Partido Comunista, cujo líder era Lenin, assumiu o poder. Lenin, então, formou um novo governo, que firmou paz com a Alemanha em 1918.

Entre as primeiras medidas, Lenin aprovou a expropriação das grandes propriedades agrárias e o controle das fábricas pelos operários. Aliás, isso, mais para frente, vai levar o país a se tornar uma forte potência industrial.

Para solucionar a crise econômica, Lenin e Trotski adotaram a Nova Política Econômica (NEP), que combinava elementos comunistas e capitalistas. Ela permitia, por exemplo, a propriedade privada camponesa, mas estabelecia o monopólio estatal das indústrias e dos bancos.

Revolução Cubana

Depois de se tornar independente da Espanha, com apoio dos Estados Unidos, em 1898, Cuba passou por transformações. E, com a Emenda Platt, os EUA passou a influenciar a política e economia da ilha.

Portanto, o empresariado passa a receber os grandes lucros da cana de açúcar produzida em Cuba. Já os políticos se corrompem com os interesses norte-americanos. Assim, o povo é deixado de lado.

É nesse ambiente que surge a figura de Fidel Castro e Raul Castro. Em 1953 os dois, com mais 160 homens, vão tentar atacar o quartel militar de Moncada para roubar armas e lutar contra o governo.

Mas os dois líderes são capturados e exilados para o México. Lá, eles vão conhecer Che Guevara. Assim, começam a articular um plano revolucionário.

Tomada do poder nos governos socialistas 

Em 1956 voltam pra Cuba e iniciam guerra contra Fulgêncio Batista, o então ditador. Em 1959 as tropas vencem na Sierra Maestra. Assim, os guerrilheiros revolucionários tomam o poder.

Ainda neste mesmo ano, começam as primeiras reformas, a distribuição de terras – inclusive da própria família de Fidel -, além das campanhas de alfabetização em massa, características típicas dos governos socialistas.

Paralelamente, a população da ilha se mobiliza em mutirões para a construção de moradias, cuidados de saúde e início de importantes práticas de agricultura urbana.

Ao mesmo tempo, externamente, em 1962, os EUA exclui Cuba da Organização Econômica das Américas (OEA). Isso acaba por fortalecer a aproximação de Cuba com a URSS, que passa a apoiar as novas políticas cubanas.

Começa a chamada Crise dos Mísseis e o embargo norte-americano contra a ilha. Mesmo com o fim da URSS, e só no governo de Barack Obama que Cuba volta a fazer acordos econômicos com o EUA.

China Socialista

Após a Revolução Socialista ocorrida na China, o governo de Mao Tsé Tung tomou três medidas iniciais:

  • Reforma agrária;
  • Diminuição da concentração fundiária;
  • Nacionalização das indústrias e bancos

O grande problema que a China enfrentava era ainda a fome. Em meados do século XX, devido à queda na produtividade agrícola.

Mao lançou o programa “Grande Salto pra Frente”, uma espécie de êxodo urbano forçado em direção ao campo, em terras coletivas ou estatais.

O resultado, em termos de produção agrícola, é muito positivo, com aumento de cerca de 80% na produção. Mas surge aí também uma característica de corrupção dentro do Partido Comunista Chinês.

Revolução Cultural

Do ponto de vista cultural, Mao lança a Revolução Cultural, com o objetivo de abolir as práticas burguesas e de costumes ocidentais, além do culto ao líder. Esse é um período de migrações chinesas para diversas partes do mundo.

Depois da morte de Mao, a China manteve-se em um regime totalitário, mas realizou uma certa abertura econômica, recebendo apoio direto dos EUA e Europa. Ainda sim com controle de mercado, o que a colocou como uma das maiores potências do mundo.

Dicas Enem

Há algumas outras experiências socialistas que aconteceram na história do Mundo. Podemos citar mais algumas que ocorreram, por exemplo, na Espanha, Vietnã, Alemanha Oriental, Chile, Nicarágua e El Salvador.

As dicas que valem tanto para o Enem quanto para outros vestibulares é ficar atento ao conceito de Socialismo e as práticas que ocorreram na história. Portanto, aprofunde seus estudos e boa sorte!

Escrito por Redator Especialista em História

Redator especialista em História no Guia do Ensino.

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