Primeiramente para entendermos como funciona o processo de segregação da nossa sociedade, precisamos compreender como é a hierarquia nas nossas cidades, a nossa vida urbana. Estas são espaços dinâmicos, que se polarizam em diversas atividades, gerando desenvolvimento e crescimento econômico.
O que é a hierarquia nas cidades?
A hierarquia nas cidades ocorre através do processo de urbanização, ou seja, a hierarquia urbana. Ela é uma escala de subordinação entre as cidades e/ou setores das cidades.
Desta forma as grandes cidades possuem grande influência econômica sobre as médias e pequenas. Uma vez que centralizam as melhores oportunidades de desenvolvimento econômico, fluxo de mercadorias e serviços.
Através dessa hierarquia, surgem as redes urbanas, que unem as cidades do país através de vários sistemas. Como por exemplo: comunicações, transportes e mecanismos econômicos. Assim as cidades ficam interligadas em um mesmo território através dos seus mecanismos econômicos.
Categorias das cidades no Brasil
A rede urbana também caracteriza as cidades brasileiras de acordo com o seu porte e/ou tamanho. Assim fica mais fácil entender a hierarquia na vida urbana do nosso país.
Desta forma, as cidades brasileiras são divididas em cinco categorias. Vejamos:
- Metrópoles: São cidades que têm forte poder de influência sobre uma escala maior de cidades, além de suas fronteiras estaduais.
- Capitais regionais: Neste nível, são 70 cidades em que a escala de influência restringe-se somente ao âmbito regional e estadual. Esse nível também possui três subdivisões.
- Centros sub-regionais: São 164 cidades que compõem esse nível. Sendo que a escala de influência delas gira em torno da escala regional, geralmente nos municípios circunvizinhos.
- Centros de zona: É um nível hierárquico composto por 556 cidades de pequeno porte. Com um poder de influência bem restrito a municípios próximos.
- Centros locais: é formado pelas demais 4473 cidades brasileiras. Com um poder de influência que não extrapola seus limites municipais, com a população sempre abaixo de 10 mil habitantes.
A pobreza e a segregação espacial
Em primeiro lugar, é importante entendemos que a segregação espacial diz respeito à reprodução espacial e geográfica da segregação social. Ou seja, advém da relação dos espaços que cada indivíduo ou grupo ocupa na sociedade.
Ocorre nos centros urbanos e é atrelada a condições econômicas, culturais, históricas e, não raramente, até raciais das nossas cidades. Pode ser voluntária ou involuntária.
A segregação voluntária na vida urbana acontece em alguns casos, de grupos mais abonados. Podemos exemplificar com os grandes condomínios de luxo, onde a opção pelo afastamento é opcional.
Já a segregação involuntária é a mais preocupante e urgente em nossa sociedade. Refere a “periferização” e marginalização de alguns grupos de pessoas. Está diretamente relacionada às lutas de classe e à desigualdade de oportunidades imposta pela sociedade.
Como ocorre?
Em nossas cidades, sempre existem polos centrais, ou seja, locais de maior destaque, onde há maioria das atividades econômicas, de desenvolvimento, serviços e comércios.
Nesses locais também ocorre um investimento maior do Estado em infraestrutura, e serviços, o que acaba inchando com o tempo. Em consequência, nesses espaços ficam localizadas as classes economicamente mais abastadas, em virtude de se tratar de espaços mais caros e valorizados.
Essa segregação, desta forma, acaba por criar espaços segregados, que costumam ter pouca infraestrutura, como saneamento, espaços de lazer e convivência, entre outros. O que acaba fazendo com que os mais pobres acabem optando pelas periferias.
Assim, áreas mais afastadas e com menos infraestrutura acabam crescendo de forma desordenada, criando as favelas, onde são encontradas construções irregulares, moradores com baixos salários e poucos recursos. Esse moradores sofrem a segregação involuntária, pois acabam sendo levados para essa realidade por causa das circunstâncias.
Assim, em resumo, podemos dizer que a segregação espacial em nossas cidades é um dos grandes problemas sociais da atualidade e contribui igualmente para o aumento das desigualdades em nosso país.
Dicas Enem
A dependência entre as cidades é um dos temas recorrentes do Enem e dos vestibulares das principais faculdades. Por isso, procure mais temas relacionados a metrópoles e influências entre os municípios.