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Sistemas totalitários: Nazifascismo, Franquismo, Salazarismo e Stalinismo

O totalitarismo veio para substituir o liberalismo e conquistar o poder através do terror

alemães fazem reverência ao nazismo dentro dos sistemas totalitários

Os sistemas totalitários da Europa, no século 20, representam páginas tristes da história do mundo ocidental. Mortes, perseguições e censura resumem os principais governos totalitários.

Basicamente, portanto, o totalitarismo possui as mesmas características nos diferentes países em que imperou. Sendo assim, confira as principais manifestações:

  • partido político único;
  • controle da imprensa;
  • censura das artes;
  • nacionalismo;
  • perseguição à oposição;
  • romantismo ( assim como o ideal do herói da Pátria);
  • culto ao líder;
  • militarismo;
  • centralização do poder.

Em suma, o surgimento do regime está muito ligado ao contexto da 2.ª Guerra Mundial. Com efeito, ele veio para substituir o liberalismo e conquistar o poder através do terror.

Então veja, a seguir, mais detalhes históricos sobre cada governo totalitário nos países europeus.

Nazifascismo (Alemanha e Itália)

Primeiramente, o Nazifascismo foi uma doutrina política que marcou a história da Alemanha e da Itália entre a década de 20 e 40 na Europa. Portanto, o nazismo se desenvolveu na Alemanha sob a mão forte de Adolf Hitler (1889-1945), enquanto que o fascismo predominou na Itália com Benito Mussolini (1883-1945).

Sendo assim, confira as principais características desse sistema totalitário:

  • nacionalismo: exaltação dos símbolos nacionais, dos valores da nação e da cultura nacional;
  • autoritarismo: ausência da democracia e, por consequência, concentração do poder nas mãos do governante da nação;
  • anticomunismo: perseguição aos comunistas que, por sua vez, eram vistos como responsáveis pelas crises econômicas;
  • antissemitismo: perseguição aos judeus, que, por sua vez, eram vistos como inimigos da nação e causadores dos problemas econômicos;
  • superioridade racial: acreditava-se que a raça branca era superior às demais;
  • antiliberalismo: controle da economia e cerceamento da liberdade da iniciativa privada;
  • militarismo: investimento bélico para se proteger de ataques e expandir o território.

A partir desses ideais, portanto, a Alemanha invadiu a Polônia, em 1939, servindo como o estopim da 2.ª Guerra Mundial. Além disso, o antissemitismo causou perseguições, destruições de cidades e separação de famílias, culminando no Holocausto e na morte de seis milhões de judeus.

Franquismo (Espanha)

Lembrando que o Franquismo é mais um modelo dos sistemas totalitários. Nesse sentido, ele ocorreu na Espanha entre os anos de 1939 e 1975 sob o poderio do chefe de Estado, Francisco Franco (1892-1975). Portanto, confira como ele se deu e os traços do Franquismo:

  • a República Espanhola, instituída na década de 1930, era criticada pela ala conservadora da sociedade por ser controlada pela Frente Popular, que era de esquerda;
  • em julho de 1936, Francisco Franco, que era simpatizante do nazifascismo, articulou um golpe contra o governo de esquerda, assim, com o apoio de militares;
  • a Frente Popular era apoiada pela União Soviética e, diante do golpe, iniciou-se uma guerra civil na Espanha, que durou de 1936 a 1939;
  • os nazistas da Alemanha apoiavam Franco. Portanto, em 1937, bombardearam Guernica para impedir o avanço da esquerda na guerra civil;
  • o ataque à Guernica teria sido um “ensaio” dos nazistas para a 2ª Guerra Mundial, mas a vitória das forças do Franquismo ocorreu somente em 1939;
  • com o fim da 2ª Guerra Mundial, em 1945, o totalitarismo começou a perder força. Então, Franco chegou a restaurar a monarquia em 1975, quando o rei Juan Carlos I tornou-se seu sucessor.

Lembrando que ao sofrer o ataque aéreo das forças nazistas da Alemanha, entre 160 e 400 militares e civis de Guernica foram mortos. Por isso, o painel Guernica, que Pablo Picasso pintou em 1937, no mesmo ano do ataque, teria sido uma representação do bombardeio.

Salazarismo (Portugal)

Com efeito, o Salazarismo, também conhecido como o Estado Novo português, foi a ditadura mais longa da Europa, se estendendo entre 1933 e 1974, em Portugal. Logo, seu principal nome foi Antônio de Oliveira Salazar (1889-1970).

Dessa forma, o modelo se inspirou no fascismo, sendo derrubado apenas em 25 de abril de 1974 com a Revolução dos Cravos, que foi um forte movimento militar. Sendo assim, veja mais informações do sistema totalitário comandado por Salazar.

  • Salazar foi o Primeiro Ministro de Portugal e implantou uma série de mudanças que ganharam apoio político, como a nova Constituição (em 1933), o fim da Ditadura Militar, o começo da Ditadura Salazarista e muitas outras ações;
  • na economia, Salazar aumentou os impostos e reduziu os gastos públicos, eliminando o déficit econômico e conquistando o apoio de parte dos portugueses;
  • assim, Salazar conseguiu reduzir o poder dos militares e começou a implantar a sua própria ditadura, marcada pela opressão e perseguição aos opositores, além do enfraquecimento das demais forças de governo;
  • poderes concentrados nas mãos da União Nacional, único partido do governo;
  • censura aos veículos de comunicação;
  • nacionalismo ampliado, com destaque aos valores morais;
  • criação da Mocidade Portuguesa, cuja participação era obrigatória para crianças e adolescentes de 7 a 14 anos;
  • enfraquecimento da classe trabalhista.

Por consequência, a insatisfação do modelo totalitário por boa parte da população, a falta de apoio das forças políticas e o atraso econômico de Portugal em relação aos demais países europeus culminaram na decadência do Salazarismo com a tomada pacífica do poder pelos militares.

Stalinismo (União Soviética)

A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) ou União Soviética unia a Ucrânia, Bielorússia e Transcaucásia a partir de 1922. Dessa forma, o fortalecimento político dessa região, que enfrentou mais tarde os Estados Unidos, na Guerra Fria, se deu em parte devido ao ditador Josef Stalin (1878-1953).

Curiosamente, Stalin foi um dos líderes mais cruéis da história dos sistemas totalitários. Assim sendo, sob o seu poder morreram cerca de 20 milhões de pessoas na União Soviética. Assim, seu governo ficou conhecido como Stalinismo e ocorreu de 1927 a 1953. Logo, entenda as características desse período:

  • poder baseado nas mãos de Stalin e do Partido Comunista da União Soviética;
  • perseguição política aos opositores; assim, quando não eram assassinados eram deportados para a Sibéria e, como consequência, condenados a trabalho forçado;
  • intensa propaganda estatal com foco no culto à personalidade de Stalin;
  • base ideológica marxista;
  • ampliação da burocracia estatal;
  • censura aos artistas;
  • controle da imprensa;
  • desenvolvimento do militarismo;
  • defesa do ateísmo com igrejas fechadas e líderes religiosos presos e até assassinados.

Com efeito, o stalinismo só chegou ao fim com a morte de Stalin, vítima de uma hemorragia cerebral em 1953, embora existam teorias de envenenamento. Assim, seu sucessor foi Nikita Khrushchev, que, por sua vez, iniciou um processo de enfraquecimento do Stalinismo com o fim, portanto, do culto à personalidade do ditador.

Curiosidade  

Por certo, os sistemas totalitários estiveram concentrados na Europa do século 20. Assim, o Brasil, por exemplo, não chegou a ter um governo totalitário, mas apenas autoritário.

Portanto, entre os governos autoritários estão os do Estado Novo, entre os anos de 1937 e 1945, e da Ditadura Militar, entre 1964 e 1985. Por consequência, os dois períodos também foram caracterizados pela censura, o controle da imprensa e a perseguição aos opositores.

Dicas de filmes sobre os sistemas totalitários

Assim, sem sombra de dúvidas, o totalitarismo inspirou as artes. Dessa forma, anote aí alguns filmes que abordam o tema e se aprofunde no assunto:

  • 1984;
  • Matrix – trilogia completa;
  • Fatherland – a nação do medo;
  • O tambor;
  • O conformista;
  • A onda;
  • Estado de sítio;
  • A noite dos lápis.

Caiu no Enem

Confira a questão que caiu na prova do Enem e o seu gabarito:

(Enem – MEC) Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal. A atuação desses movimentos juvenis caracterizava-se:

A) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime.

B) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos.

C) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir.

D) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças conservadoras.

E) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários.

Resposta: Letra A

Na realidade, os jovens fascistas formavam verdadeiras milícias que combatiam opositores e, principalmente, quem era identificado como comunista.

Para concluir, os sistemas totalitários foram ingredientes para o início da 2ª Guerra Mundial, refletindo na economia dos países europeus, na eliminação da democracia, na política do horror e em milhares de mortes.

Então, aproveite para se aprofundar nos estudos sobre os regimes totalitários e na biografia dos principais líderes. Veja nossas dicas clicando no nome das principais lideranças:

Adolf Hitler

Benito Mussolini

Francisco Franco

Antônio de Oliveira Salazar

Josef Stalin

Escrito por Redator Especialista em História

Redator especialista em História no Guia do Ensino.

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