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O povo negro na formação da sociedade brasileira

A presença da cultura africana deixou raízes em solo brasileiro que são sentidos no dia a dia da população

A chegada do povo negro ao Brasil não ocorreu na melhor das situações. Pelo contrário, com o sistema colonial estabelecido em terras brasileiras, os portugueses precisavam de mão de obra barata para produzir açúcar no Nordeste do país. E, dessa forma, se basearam no escravismo da população negra para tal.

Com essa situação, os portugueses passaram a estabelecer o tráfico negreiro na África. Esse sistema consistia no aprisionamento do povo negro no continente africano e a venda deles, como mercadoria, no Brasil para os senhores de engenho.

Esse transporte ocorria nos navios negreiros, onde os negros eram trancados nos porões dos navios e trazidos ao Brasil. Durante esse trajeto, muitos morriam pela falta de condições mínimas de sobrevivência nos locais.

Em terras brasileiras, os negros eram obrigados a fazer longas jornadas de trabalho, o que encurtava a vida desses escravos.

Sendo assim, os portugueses se utilizavam da lógica da violência e do abuso como uma forma poderosa de controle. O açoite de escravos era uma prática de violência dos homens brancos sobre os negros.

No entanto, é válido ressaltar que os negros também apresentavam formas de resistência. Desde a articulação de fugas e formação dos quilombos até a queima de produções inteiras e rebeliões. Isso mostra que os negros não se entregaram facilmente à dominação.

Abolição e resistência do povo negro na sociedade brasileira

A luta pela liberdade do povo negro no Brasil culminou no dia 13 de maio de 1888, com a abolição da escravatura. Mas engana-se quem pensa que após a assinatura da lei abolicionista, pela princesa Isabel, o negro foi reinserido na sociedade brasileira.

Pelo contrário. Com a chegada da República em 1889, o povo negro foi renegado na sociedade brasileira. Assim, os antigos escravos ficaram marginalizados perante a sociedade que se modernizava no Brasil.

Dessa forma, de nada adiantava ser uma pessoa livre, mas sem as mínimas condições para alcançar de fato a categoria de cidadão. É por isso que o povo negro continuou com status de inferior em relação às pessoas brancas.

Esse cenário fez com que durante o século XX surgissem diversos movimentos de mobilização racial negra no Brasil. O movimento negro buscava manter viva as tradições culturais  dos seus antepassados. Ao mesmo tempo, uma maior integração da população negra na sociedade.

Uma das formas de luta encontrada foi por meio da imprensa negra. Eram conhecidos assim os jornais criados por negros. Eles tratavam das questões negras, lutando contra o “preconceito de cor”. Esses jornais buscavam mostrar as principais dificuldades vividas pelo povo negro no Brasil.

Dicas Enem

Para você que vai prestar o Enem, se ligue nessas dicas sobre a influência da cultura negra na formação da sociedade brasileira:

O fato de a mulher africana ficar responsável pela cozinha fez com se disseminassem costumes africanos na alimentação brasileira. Diversos sabores e costumes foram introduzidos na culinária brasileira.

Alguns exemplos de comidas que chegaram ao Brasil pelos africanos são: pamonha, chuchu, vatapá, acarajé, quiabo e caruru. Alguns temperos comuns no cotidiano brasileiro também vieram do continente africano, como o leite de coco, as pimentas e o azeite de dendê.

Outro campo que também sofreu uma grande influência da cultura africana é a música. Instrumentos como o atabaque, cuíca, tambor e o berimbau são heranças dos escravos que trabalhavam como barbeiros no Rio de Janeiro e Salvador.

Além disso, a cultura africana também influenciou ritmos musicais no Brasil. São exemplos dessa mistura cultural o maracatu, lundu, congada e a capoeira. O samba também foi gerado a partir dessa fusão.

Em suma, o povo negro foi muito explorado no Brasil e ainda é alvo de preconceito até hoje. Mas, por outro lado, a presença da cultura africana deixou raízes em solo brasileiro que são sentidos no dia a dia da população. 

Escrito por Redator Especialista em História

Redator especialista em História no Guia do Ensino.

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