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Romantismo: veja características e contexto histórico

A Alemanha é o autêntico berço do movimento romântico. Já no século XVIII apareciam traços pré-românticos; no século XIX, surgem muitos autores românticos no país.

Johann Wolfgang Goethe é o mais importante escritor alemão e um dos grandes gênios da literatura universal. Suas primeiras obras estão vinculadas ao movimento Sturm und Drang (tempestade e impulso).

Ele abarca variados gêneros literários: no romance, “O Sofrimento do Jovem Werther” narra a história de um amor não-correspondido causador do suicídio do protagonista.

Na poesia, revela interesse pela natureza e a harmonia cósmica. E no teatro, passou por um classicismo à luta romântica pela liberdade.

Mas sua obra principal, em que trabalhou por quase toda a sua vida, é  “Fausto”, poema dramático longo e complexo.

Trata-se de uma reflexão sobre a condição humana, um protagonista que vende sua alma ao diabo em troca de sabedoria e juventude.

Principais gerações do Romantismo

Primeira geração

Sob a influência de Goethe, alguns autores surgem e seguem. São os teóricos da nova estética os irmãos Schlegel August e Friedrich, caracterizada por oposição à racionalidade, arte baseada na liberdade, no sentimento e na espontaneidade, recuperação do folclore da Idade Média.

Novalis, Heinrich von Kleist também são significativos desse momento, e Friedrich Holderlin um dos mais importantes poetas românticos.

Segunda geração

O interesse pelo passado nacional e pelo folclore popular está presente nas rigorosas compilações de contos tradicionais dos irmãos Grimm, Jakob e Wilhelm.

Nessa segunda geração, a narrativa fantástica se converte em um dos gêneros preferidos do Romantismo.

E.T.A Hoffmann e Adalbert von Chamisso ainda adicionam uma mescla de terror e humor. Heinrich Heine se destaca entre os românticos tardios, assim como o dramaturgo Georg Büchner.

O romantismo inglês

A Inglaterra é, ao lado da Alemanha, outro berço do Romantismo. Com uma tradição pré-romântica muito forte, a literatura inglesa da primeira metade do século XIX se caracteriza por grandes poetas e pelo desenvolvimento do romance histórico.

Os escritores ingleses desse momento manifestam a rebeldia própria do Romantismo por meio da recusa da sociedade burguesa e industrializada, para fugir para a sociedade rural, o passado histórico e os países exóticos.

Também por meio de uma nova linguagem literária baseada no sentimento e no irracional, na subjetividade e na liberdade completa do artista.

A nova poesia: Dois autores são pioneiros do movimento no país inglês: William Wordsworth e Samuel Coleridge. As poesias, de linguagem simples, refletem o mistério e a emoção da natureza.

Mas o Romantismo inglês alcança seu esplendor máximo com Lord Byron, Percy Shelley e John Keats. Eles são conhecidos como poetas “satânicos”, rebeldes por excelência, devido à inadaptação deles á sociedade da época.

O romance histórico é um dos gêneros românticos que surgem aí, pela atração ao tempo passado e o desejo de evasão. Walter Scott é o criador.

Seus romances, ambientados sobretudo na Idade Média, tem um viés rebelde e nacionalista. Seus personagens apresentados com grande realismo em episódios e situações da vida diária.

O Romantismo na Itália e na França

O Romantismo francês, mais tardio, se destaca graças à grande figura de Victor Hugo. A literatura romântica italiana está estreitamente ligada ao movimento nacionalista que conduzirá o país à unidade em 1870.

Na França, de grande tradição clássica, o Romantismo aparece em duas tendências: liberal, que insiste na rebeldia e na liberdade; e conservadora, que se centra nas tradições e no passado nacional.

O atemporal Victor Hugo, que cultivou todos os gêneros, é considerado o introdutor da nova estética romântica, cujo manifesto redigiu no prólogo do drama “Cromwell”. Sua obra mais famosa é “Os Miseráveis”, que recria os acontecimentos revolucionários de 1832 em Paris.

Outros narradores românticos da França são Prosper Merimée, Théophile Gautier e Gerard de Nerval.

Na Itália, se preserva um tom clássico, que atenua as novidades formais. O tema fundamental é o mesmo do nacionalismo, com sentimento patriótico, e abertura a assuntos como o amor, a subjetividade, a paisagem etc.

Enquanto isso os literatos e intelectuais políticos Giuseppe Mazzini e Massimo d’Azeglio formaram parte de um movimento chamado “Risorgimento”. Ugo Foscolo, Alessandro Manzoni e Giacomo Leopardi também foram grandes figuras da época.

Romantismo no Brasil

O Romantismo brasileiro adquiriu matizes particulares em relação ao movimento romântico europeu. A produção artística procurou valorizar nossas origens, exaltando a natureza e o índio, elementos fundamentais na formação da nacionalidade brasileira.

Sobretudo é momento da declaração da independência, em 1822, e os brasileiros podem pela primeira vez se enxergar como um futuro de nação.

Aqui, a liberdade passa a ser vista como autonomia política. A volta ao passado é substituída pela exaltação do herói nativo ou pela libertação do povo.

O marco inicial do Romantismo no Brasil é a publicação, em 1836, da obra “Suspiros poéticos e saudades”, de Gonçalves de Magalhães. Além dele, está também Gonçalves Dias como representante da primeira geração, denominada nacionalista e indianista.

A segunda geração, denominada ultrarromântica ou byroniana – referência à Lord Byron –, há um exagero de temas como subjetivismo, pessimismo, tédio e melancolia. São desse momento Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Fagundes Varela e Casimiro de Abreu.

E por fim a terceira geração, denominada condoreira, social ou hugoana – em referência ao francês Victor Hugo. O individualismo excessivo da segunda geração vai perdendo espaço para uma visão mais próxima da realidade social. Castro Alves, Tobias Barreto e Sousândrade são os principais.

Castro Alves – o amante da liberdade

O baiano Castro Alves se mudou para São Paulo para estudar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde se engajou em lutas sociais e políticas, principalmente pelo fim da escravidão.

Sendo assim ele ficou conhecido como o “poeta dos escravos”, em razão da temática abolicionista de seus poemas. Sua poesia mais conhecida é “Navio Negreiro” (1880).

Também elaborou uma poesia lírico-amorosa, representando a mulher sob uma visão erótica. Seu único livro publicado em vida foi “Espumas Flutuantes”, quando já lutava contra a tuberculose. Depois de sua morte, teve outras dezenas de obras publicadas.

Dicas Enem

Como você pôde perceber, o Romantismo foi um dos principais estilos literários. Surgindo na Alemanha e na Inglaterra, ele se espalhou pelo mundo e teve importantes representantes no Brasil. 

Aprofunde seus estudos sobre Romantismo e boa sorte!

Escrito por Redator Especialista em Literatura

Redator especialista em Literatura no Guia do Ensino.

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